segunda-feira, 12 de julho de 2010

A avaliação e a qualidade

A busca pela efetividade dos sistemas educacionais e das relações entre os agentes que ali atuam representa novidade e desafio em nosso país. Ainda não se pode afirmar que o sistema educacional brasileiro atingiu patamares de excelência, com eficiência, eficácia e qualidade, dado o alto custo da educação, os baixos resultados apresentados e a não-satisfação dos beneficiários (PROVA BRASIL 2008). Dessa realidade, advém uma preocupação em proporcionar uma racionalidade ao sistema educacional, demonstrada em esforços com foco na aprendizagem dos alunos, na melhoria da qualidade de gestão do sistema e no estabelecimento de mecanismos de monitoramento e avaliação dos resultados.
Acredita-se, atualmente, na necessidade de políticas públicas capazes de indicar o quanto o sistema escolar se aproxima, ou se distancia, do ideal de uma educação de qualidade. Um dos mecanismos mais utilizados para execução dessas políticas públicas é o da avaliação em larga escala, que tem a escola como unidade básica de análise.
Tal mecanismo evidencia uma postura gerencialista do Estado e assume-se como uma estratégia capaz de propiciar o alcance dos objetivos de melhoria da eficiência e da qualidade da educação(3) . Para além da avaliação do aluno, no atual modelo de avaliação da educação pelo Estado, verifica-se a existência de propostas e práticas voltadas para a avaliação do desempenho docente, de curso, institucional, bem como do sistema educacional.
Do ponto de vista governamental, as avaliações sistêmicas cumprem importante papel para superação dos entraves educacionais brasileiros, na medida em que há uma expectativa de que os padrões de qualidade que expressam sejam traduzidos no compromisso da instituição escolar com a eficiência, a eficácia e a qualidade. Outra expectativa, decorrente da primeira, é que haja, por parte de tal instituição, disposição de avaliar e ser avaliada, possibilitando a identificação e localização de seus principais problemas e, principalmente, planejando estratégias para superar os resultados insatisfatórios.
(3) (SOUZA, 2002)